Mais um da série inspirada em jardins ao redor no mundo, cada um deles partiu de uma viagem sabiamente acompanhada por um repórter a registrar e divulgar o feito. Para este o trajeto foi mais curto. Jean-Claude Ellena saiu de sua casa em Cabris, no sul da França, tomou um avião ou o TGV até Paris fazendo anotações para seu Journal d’un Parfumeur, se dirigiu ao endereço 24 Rue du Faubourg Saint-Honoré, metrô Concorde, cumprimentou o porteiro com um aceno de cabeça, entrou no elevador e pediu a jovem mulher que vinha do primeiro subsolo que apertasse o botão do último andar, faz favor — o jardim fica no teto do edifício-sede da Hermès.
Ellena centra o assunto na magnólia, uma das coisas mais bonitas que qualquer nariz já conheceu, aqui ela é tomada no seu lado mais cítrico que floral, querendo se tornar limão. Há algo de verde, folhoso, mais um efeito maçã — nada comestível ou frutal e carnudo, mais umidade, transparência e cítrica que qualquer coisa. Nada sobra e nada pesa, os cítricos são mais arredondados que pontudos, o verde é longe do ranhurado do fougère. Menos distinto que o Jardin Après la Mousson mas bonito, fácil de usar e de gostar.
Continue lendo:
- Outros perfumes de Jean-Claude Ellena: Déclaration (Cartier) e Voyage d’Hermès.
- Chandler Burr conta da entrada de Ellena na Hermès e a criação de Un Jardin sur le Nil.
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