Resenha: Un Jardin sur le Toit, Hermès

Mais um da série inspirada em jardins ao redor no mundo, cada um deles partiu de uma viagem sabiamente acompanhada por um repórter a registrar e divulgar o feito. Para este o trajeto foi mais curto. Jean-Claude Ellena saiu de sua casa em Cabris, no sul da França, tomou um avião ou o TGV até Paris fazendo anotações para seu Journal d’un Parfumeur, se dirigiu ao endereço 24 Rue du Faubourg Saint-Honoré, metrô Concorde, cumprimentou o porteiro com um aceno de cabeça, entrou no elevador e pediu a jovem mulher que vinha do primeiro subsolo que apertasse o botão do último andar, faz favor — o jardim fica no teto do edifício-sede da Hermès.

O próprio jardin sur le toit. Clique para ampliar.

O próprio jardin sur le toit. Clique para ampliar.

Ellena centra o assunto na magnólia, uma das coisas mais bonitas que qualquer nariz já conheceu, aqui ela é tomada no seu lado mais cítrico que floral, querendo se tornar limão. Há algo de verde, folhoso, mais um efeito maçã — nada comestível ou frutal e carnudo, mais umidade, transparência e cítrica que qualquer coisa. Nada sobra e nada pesa, os cítricos são mais arredondados que pontudos, o verde é longe do ranhurado do fougère. Menos distinto que o Jardin Après la Mousson mas bonito, fácil de usar e de gostar.

jd toit 50ml

Un Jardin sur le Toit, Hermès.
R$ 349,00 (50 ml)

Em perfumarias selecionadas.

Continue lendo:

  • Outros perfumes de Jean-Claude Ellena: Déclaration (Cartier) e Voyage d’Hermès.
  • Chandler Burr conta da entrada de Ellena na Hermès e a criação de Un Jardin sur le Nil.
  • Ciça Azevedo

    Assim dá vontade de ter toda a coleção. Quando na loja, um só nariz para degustar 20 papeletas é impossível. Dênis com toda sua poética, imagética e sensorialidade facilita muito a vida dos amantes de perfumes. Hermès sempre teve uma perfumaria séria e polpuda, usei muito tempo Equipage, perfume masculino mas me caia bem quando usava terno e gravata nos anos 80. rsrsrs

    • haha! dificil de te imaginar de terno e grava, Ciça! Equipage não conheci, fiquei muito curioso com o que li. Vc experimentou o mais novo, Jour d’Hermès? Gosto muito do Belami e do Eau d’Orange Verte

  • Pingback: Livro: Journal d’un Parfumeur, Jean-Claude Ellena | 1 nariz()

  • Renata Guimarães

    Olá Dênis! Curti demais seu blog! Me ajuda rs! Ando cansada dos gourmands. Até arrisco a dizer que não demora as grandes grifes apostarem em um novo conceito, um pouco menos enjoativo. Começo a pensar em um enjoamento coletivo. Faz tempo que ensaio a compra do le Toit, mas sempre acabo optando por outro mais modinha, digo gourmand. E mais uma vez estou neste dilema. Ao decidir comprar o le Toit conheci o Chanel Noir. Os dois não cabem no meu orçamento. Realmente estou precisando de um perfume mais fresco, mais verão. Meu L’eau D’issey está no fim (um meio termo, que embora não ame de paixão acaba sendo o escolhido para eventos diurnos) e, contrariando o universo, não sou fã do meu D&G Ligth Blue. Em contrapartida, tenho vários gourmands cheios na prateleira, o que não me tira a dúvida pois ainda não encontrei aquele pra chamar de meu (uso Ange ou Demon, Jimmy Choo, Rici Rici, Euphoria, Elie Saan, que adoro mas não é marcante em mim, e o J’Adore, que ainda é o meu predileto entre estes). Enfim… Gosto de perfume que deixa rastro, perfume com boa projeção… Apesar de serem completamente diferentes em qual deles invisto o meu suado dinheirinho: Un Jardin sur le Toit ou Chanel Noir? Qual dos dois é mais fabuloso rs? E abusando ainda mais da sua boa vontade, se a opção for o Chanel, teria um outro perfume mais fresquinho com um preço mais acessível p/ me indicar? Teria que comprar dois…

    • Renata Guimarães

      Corrigindo… Empreguei muitooo mal o termo gourmand… Generalizei como perfumes mais adocicados… Mas acho que deu pra entender né?

    • Renata, que difícil, os perfumes são completamente diferentes entre si. Se vc quer algo mais fresco e verão, com disse, o Jd sur le Toit resolve melhor o assunto que o Coco Noir. Minha vontade é dizer para comprar os dois, haha. Atendi duas clientes com a mesma queixa que vc, sobre os gourmands, e conseguimos encontrar perfumes interessantes nos dois casos, veja se a consultoria te interessa: http://1nariz.com.br/consultoria-de-perfumes

  • Adriana Ferrao

    Dênis, esse é meu eleito dos Jardins e casei com o “Sur le Toit” de papel passado. Amo essa linha compartilhada porque são perfumes pra toda hora, todo lugar, não incomodam, não causam repulsa, não enjoam e as pessoas elogiam a delicadeza, a sutileza do perfume. Marcam presença pela beleza e elegância e não à “força/na marra” como as fragrâncias doces. Jean Claude Elenà é um gênio!!!