Conversando sobre perfume polêmico é impossível não citar a marca francesa Etat Libre d’Orange. Ela nasce em 2006 com linguagem visual esperta, cheia de humor e apelo pop, inspirada pelo mote circular que ilustra o post: Le parfum est mort vive le parfum. É produto da mente de Etienne de Swardt, que convida e dirige perfumistas para dar forma a suas criações em torno de personagens como um Fat Electrician, Tom of Finland, Delicious Closet Queen e celebridades que a gente gostaria de ser amigo, como Tilda Swinton ou Rossy de Palma, por exemplo. Não conheci todos mas, dos que cheirei, a maioria tinha fixação baixa e nada marcou muito até que…
Jasmin et Cigarette (Etat Libre d’Orange)
Categoria: melhor alinhamento nome-perfume. Um jasmim bastante real, bonito, em cima de um cinzeiro. Não o cheiro de tabaco, meio caramelado meio palha, confortante e delicioso, mas cigarro queimado, fumaça. A reconstituição é perfeita e até onde sei não se destila bituca em Grasse: créditos do perfumista. É bem modulado, nem cigarro nem jasmim competem entre si, parecem se alternar num bom-e-ruim difícil de resistir. Nunca fumei, não gosto da fumaça em cima de mim, se tiver comida por perto é horrível, mas é o melhor símbolo da boemia, de algum tormento, e de uma certa decadência que os dois trazem. Como não amar? E, como diz um amigo, cigarro é cenicamente interessante — questões serão encaminhadas para Lauren Bacall. Esse é o perfume dela no fim da noite. Completamente usável, criativo e na hora certa. Anybody got a match?
etatlibredorange.com (o site parece viver eternamente fora do ar, cotado no luckyscent.com)
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