Gostosa abertura com cenoura, que é frutada e levemente cítrica, dá lugar a bastante de raiz de íris, que das madeiras (sândalo, vetiver, patchuli, etc) é a que diz chic sem piscar, pela impressão macia, refinada, com textura de camurça, e também pelo preço do material. Se o vetiver é viril, terroso, angular, com um aspecto mineral, talvez bruto mas indiscutivelmente charmoso, a raiz de íris é polida, visivelmente rica, elegante, sóbria, e também sem muita vibração, uma espécie de Suíça das madeiras.
Aqui ela está lindamente colorida por uma nota frutada mais um traço caramelado, aquela maçã que dourou e faz o pedaço da torta mais gostoso. A combinação cresce na pele e envolve de um jeito confortável, com a sensação de proteger do mundo externo, tão gostosa num perfume. Já nos últimos momentos, na secagem, ganha um aspecto mais amadeirado e ceroso, que lembra caixa nova de lápis de cor. Muito bonito. E é a prova que gênero em perfumaria é bobagem, não tem nada aqui, fora o nome, que seja diretamente masculino.
Assim como a versão Sport, Dior Homme também foi reformulado. Comparando com outras resenhas parece que a minha amostra é da fórmula antiga, que é mais rica em íris. Vou me certificar e atualizo o post.
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