Escritório e todo tipo de confinamento com estranhos, ou, no mínimo, com gente que está ali sem escolha, e não por amor a você, gera um monte de dúvidas em relação a perfume. Todo mundo já teve algum momento de pânico de elevador, quando entra alguém perfumado demais da conta.
Você já sabe o que levar em consideração na hora de escolher e aplicar perfume para ir para o escritório. Mas o que usar? Aqui tem uma série de sugestões de perfumes masculinos e águas de colônia — que não tem divisão de gênero. Coisas de projeção controlada e com presença, que vão fazer um ruído de fundo agradável enquanto o trabalho corre, que não vão se impor sobre o nariz de ninguém. Clicando nos links você vai para resenhas mais completas aqui no site.
Na imagem: O Processo, de Orson Welles
Lacoste Jaune
Da lista dos nice and clean, lembra laranja lima. Não é nenhuma aventura e nem nada mal, bom para os dias que se está um pouco sem assunto e sem energia para muita presença (lembra que sempre pode não usar nada também). Nice and clean.
Burberry Brit Splash
O grande e eterno tema do cheiro de barbearia, prisão (é 90% dos lançamentos, em geral sofríveis) e liberdade (porque fugir de um clássico?) da perfumaria masculina — fougère, se o nome da espécie interessa. Este é da ala dos bem feitos, mentolado na medida, com leveza para não chatear ninguém, faz sentir limpo e preparado para enfrentar o dia.
Guerlain Vetiver
Clássico dos clássicos, encontro do lado verde e terroso do vetiver com o efeito tônico, picante, da noz moscada. Elegante, de coluna ereta, veste camisa branca e fala coisas interessantes. Não aceite imitações. Não precisa puxar a minha orelha, já estou providenciando um post inteiro.
Chanel Pour Monsieur
Outro do lado clássico da história, longe de parece empoeirado, dá a impressão de saudável, natural e energizante. Numa ponta fica um coquetel de cítricos, para dar aquela acordada logo de manhã, na outra, musgo de carvalho, que dá profundidade, um verde escuro chic. Aula de proporção num mundo que fala cada vez mais alto, em que a ordem é ocupar espaços e impor vontades. Mas essa ladainha não importa: sinta Pour Monsieur numa loja e veja com quantas notas se escreve delicioso num perfume. Se não ficar abalado, procure um médico.
Eau de Gaga
Ha! O último perfume de Lady Gaga — o que ele está fazendo aqui? Para quem for atrás procurando a imagem traduzida num perfume, se deu mal. Eau de Gaga, supostamente o primeiro de uma série, segue a pista dos chás verdes, inaugurada por Bulgari Eau Parfumée au Thé Vert. É um verde seco, com algo que lembra palha, polido, fácil de usar e sem gênero. Passa como mais caro do que custa.
Águas de colônia
Um dia eu vou parar de declarar meu amor pelas águas de colônia? Talvez. Mas não hoje. São feitas para fazer se sentir bem, estão menos preocupadas com potência, que é sempre um problema quando se divide um espaço restrito com mais gente.
Do lado clássico: a excelente e barata 4711, Roger e Gallet Jean-Marie Farina, Acqua di Parma Colonia (ou a Colonia Assoluta, um tico mais moderna) e Hermès Eau d’Orange Verte.
Do lado moderno: a excelente Thierry Mugler Cologne (parece que parou de ser importada mas sempre encontro na Opaque do shopping Paulista), Dior Homme Cologne, a esquisita Guerlain Aqua Allegoria Pamplelune, inventando uma colonia de grapefruit, e a Eau de Cartier. Ou ainda as Eaux recentes da Hermès — a minha favorita é a Eau de Narcisse Bleu, que dá uma impressão vegetal ranhurada, raspando de leve na garganta, qualquer coisa como um talo de planta.