A linha Chloé é boa para ilustrar os vários jeitos de abordar um mesmo assunto e porque ele ainda continua na pauta. O assunto é a rosa. L’Eau de Chloé renova o gênero chipre usando o código contemporâneo, com nada de musgo de carvalho e o patchuli que se quer hoje: limpo, sem acenar pra loja hippie, fazendo a espinha dorsal. Para contrastar, vale pegar Clinique Aromatics Elixir, que é o correspondente clássico do acorde rosa + patchuli. (Aliás: Aromatics in White, que chega aqui em maio, faz o mesmo só que com mais almíscar, no caminho de Narciso Rodriguez for Her.)
Imagem: Georgia O’Keeffe, Grey Blue & Black-Pink Circle
Roses de Chloé parte do Chloé tradicional para a direção de leveza. A mesma rosa frutada, que lembra lichia, só que nada doce (glória!). É transparente, com madeiras muito leves e um acorde verdoso, úmido como maçã, dizendo do talo rugoso, do frescor da planta. Mas passa longe do aquático ou do puro frescor, a sensação em geral é seca e sem peso. O final é com almíscar bem suave, fazendo a ligação com a pele, sem exageros talcados, e tanto melhor assim. Se L’Eau é um clássico feito hoje, aqui a vontade é de um floral moderno.