Pagando a dívida (imaginária) com a marca, que é cheia de verve e merece um post. Ela é tão indie, mas tão indie, que foi expulsa do prédio que ocupavam no Brooklyn, em NY. Para registrar, parece que queriam fazer tudo certo, o locador é que não dispunha do edifício. No espírito de financiamento coletivo, vendeu pacotes de perfumes com desconto para financiar a reforma e mudança para o novo endereço, ainda no mesmo bairro.
CB é Christopher Brosius, que fundou a marca Demeter, também engraçadona, especializada em perfumes “de coisa”: neve, mojito, zumbi. Demeter segue sem ele e I Hate Perfume virou seu playground. E mais não digo, porque só conheço Mr. Hulot Holidays.
Hulot é o personagem atrapalhado de Jacques Tati que vai passar férias na praia, onde causa muita confusão. No perfume está quase tudo que se encontra na praia: um fundo de protetor solar, algas e madeira curtida na água salgada, uma brisa do mar. É leve e fácil de usar, com aquela dose de humor que cai bem num perfume. É praticamente linear no desenvolvimento, sem evolução cabeçuda para exigir atenção — o que mais se quer nas férias, ou quando você quer se sentir nelas? Diferente dos perfumes tradicionais, que são diluídos em álcool, este é em base água, e com spray generoso.
Para quem ficou curioso pelo trabalho de Christopher Brosius, vale a pena ver a segunda parte deste documentário da BBC. Ele conta mais sobre sua abordagem, umas anedotas (a atriz chamada pelo diretor para discutir “o vício” dela: pois era um perfume que cheirava como whisky, que fez sob encomenda, num teste as nove da manhã), e, no vídeo, está desenvolvendo uma fragrância baseada na Inglaterra, com notas de tweed úmido. A venda pelo site http://cbihateperfume.com/
50 dólares, 30 ml.