No último post falei sobre rosas de presença, que buscam a força da flor, perfumes clássicos para quem quer deixar sua marca e para saber que existem. Hoje exploramos o outro extremo da mesma régua, rosas cheias de leveza e transparência.
Na imagem: Yves Klein, Ho Ho (fragmento)
Rituals Indian Rose and Honey
Surpresa boa essa aqui. Rosa leve e seca, feminina de um jeito mais mulherzinha, de vestido rodado, sem explorar nada de talcado, de frutado, nada de doce — uma rosa idealizada, mais que perfeita, tem o cheiro que se imagina que a flor tem. Bonita, fácil de usar, não vai sufocar ninguém no calor. Não se assuste com o Honey no nome, de mel ela não tem nada. A duração na pele é moderada e preço bastante bom quando conheci.
Natura Esta Flor Rosa
Essa aqui junta um pouco de dois mundo: o lado mais transparente e seco com um efeito talcado sob controle. Explora um lado mais frutado da rosa, lembra lichia fresca, com um ponto de açúcar — junto com o talcado deixa a história um pouco mais cheia, opulenta, sem chegar no ponto de engolir ninguém. Projeção e duração bastante boas.
Chloé L’Eau
O nome L’eau pode dar a impressão que é só uma versão da um pouco mais ligeira da matriz feita para capitalizar no nome. Mas não tema, foi só contingência do mercado, se fosse lançado uns anos antes tinha passado com outro nome. É um perfume inteiro com seu próprio mérito.
De um lado a rosa fresca, transparente, sem muito adereço. O que encanta de verdade é uma textura deliciosa de patchuli, só um ranhurado terroso, seco, que dá estatura para passar do dia pra noite. É adulto, elegante e seguro de si. São características de perfumes antigos colocadas de um jeito e no gosto moderno — rosa transparente, um beijo de patchuli.
Enquanto os vizinhos de prateleira tão berrando para aparecer na gritaria da loja, L’Eau de Chloé não precisa falar mais alto para se fazer ouvir. Meu favorito da Chloé.
Compare com Clinique Aromatics Elixir para ver de quantos modos se pode contar uma história sobre rosa e patchuli