1 nariz em Paris: Frédéric Malle Eau de Magnolia e o bocejo de Diana Vreeland

Acabam de lançar uma linha de perfumes com o nome de Diana Vreeland, a lendária editora da Harper’s Bazaar americana, cuja importância para a moda não consigo ponderar, mas conheço pela verve — é dela e de Carmel Snow, que editou a mesma revista, que se faz a sátira em Funny Face, com Fred Astaire e Audrey Hepburn. São cinco perfumes com nomes incríveis como Perfectly Marvelous e Absolutely Vital, em frascos coloridões. Bom, são totalmente normais, dois florais comuns, um gourmand abacaxi + algodão doce, um âmbar sem fôlego. Desconfio que a própria sentiria um certo tédio, cadê a força e o entusiasmo? No burburinho da Colette não prestei atenção no preço.

Foto: Diana Vreeland em seu QG

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Algumas ruas para lá fica a pequenina loja de Frédéric Malle. O lançamento para o verão europeu foi Eau de Magnolia. Inspirado na tradição do chypre com caráter cítrico bem marcado, como Chanel Pour Monsieur ou Hermès Eau d’Orange Verte, mas transportado para o contemporâneo. Ao invés do musgo de carvalho fazer o fundo, com impressão amarga e florestal, quem aparece é um patchuli bem limpo, sem a impressão terrosa que tinha nos anos 70. E em quantidades mínimas, como se polvilhado para dar textura, um ranhurado, seda em contato com seda. Quem brilha é a magnólia, com saída bem cítrica e transparência, sem opulência floral que tire o aspecto limpeza e simplicidade da composição. A coisa toda não dura lindamente um dia inteiro, nem poderia, mas três primeiras horas são fantásticas. Custa 115 euros o frasco de 50 ml. Os Diana Vreeland, 135 euros pelo mesmo volume. Para ter mais uma comparação: a linha Les Exclusifs de Chanel, que concentra várias obras primas, vende 75 ml por 130 euros e 50 centavos.

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Colette 213 Rue Saint Honoré 75001

Frédéric Malle 21 Rue du Mont Thabor 75001