Sophia Grojsman atualiza a mega-rosa de Paris (Yves Saint Laurent), sempre acusada de ser perfume de senhora, para um caminho mais contemporâneo. O que era uma tradução da idéia de rosa — maciez, calor, um glamour grandioso, pense num adjetivo para a rosa, ele está lá — acabou virando um floral-frutal gourmand. Esta é mais uma resenha pedida pelo leitor através do formulário.
A saída é com frutas vermelhas acidinhas, frescas, quase num caminho daquele azedo/doce de guaraná. Rapidamente essas frutas mudam para algo mais suculento, doce de sensação de nuvem, fofa e talcada, de etilmaltol (que tem cheiro de algodão doce) e almíscar, com um pensamento de rosa. A coisa fica bem doce por umas duas horas, na mesma tecla fruta-flor-açúcar. A secagem também vai nessa linha, talcada, açucarada e é mais confortável. Se Paris você pode quase apontar e dizer flor! rosa!!, Parisienne é mais algodão doce sabor fruta vermelha.
É ruim? Não é, se você está atrás de um floral-frutal gourmand. É especial? Também não. É meio sem individualidade, parece com um monte de coisa que tem nas lojas, faltou força ou alguma virada no jogo para ganhar. De qualquer forma a impressão não é barata ou simples demais.
A descrição e algumas resenhas falam de um acorde vinil no perfume mas eu simplesmente não encontro. Vinil tem impressão sintética, quase cheiro de plástico, alcaçuz as vezes dá essa sensação. Ia ser legal. Eu prefiro o original.
Foto: Reuters/Charles Platiau