Rápidas: Etat Libre D’Orange: The Afternoon of a Faun, Éloge du Traître e Fils de Dieu

The Afternoon of a Faun

Como uma empresa de um homem só, fica impossível fazer teste cego — fui logo procurando o fauno lânguido recostado numa pedra, o bosque naquele brilho da tarde que pede uma espreguiçada. Nada de nada. Encontrei uma casquinha de laranja açucarada, sem aquele peso gourmand, um âmbar muito bem medido, sem ficar oleoso, embaixo disso uma textura de madeira polida. No topo, um floral etéreo, um jasmim flutuante, na esquina em que os florais parecem uma variação de solvente. Digo isso como a melhor das qualidades, cheiro de seladora de madeira e verniz são sensacionais. Na verdade este não é o fauno, é o teatro em que ele dança, o palco de madeira corrida amarelo-dourado, recém encerada, de perfume floral e untuoso. De novo: é no melhor dos elogios, o perfume é ótimo, sem o efeito zíper na diagonal, que fica lindo de olhar mas terrível de usar.

Foto: Nijinsky em Après Midi d’un Faune

Éloge du Traître

A perfumaria tem uns temas clássicos, igual o jazz, um deles é este, o fougere com fundo couro. Saída fougere aromático com um acento de sálvia, sobre um fundo de couro durão, bem amargo e seco. A sensação é mais contemporânea que o Aramis clássico, por exemplo, que vai na mesma linha.

Fils de Dieu du Riz et des Agrumes

A saída lembra creme de limão: sândalo e côco fazem um leitoso, amidoado, que fica com esse cítrico flutuando. As vezes lembra bolo de limão. Já era bom o suficiente mas se melhorar, melhora. Com o tempo o limão vai embora e aparece um efeito palha, seco e apontando para a madeira mas ainda sem ter rigidez para se tornar uma. Não chega a ter textura cremosa, rica, ou muito açucarada e comestível. Um cremoso/leitoso sem apontar para a baunilha. É bem elegante, com a projeção mais moderada, mesclando de um jeito bonito com a pele. Meu favorito da série.

E aqui mais dois do Etat Libre D’Orange: Jasmin et Cigarette e Sécretions Magnifiques