Com sorte o a conversa aqui animou e você quer entrar mais no assunto — e tanto faz se é mergulhar de cabeça ou só curtir mais a sua coleção, ou melhor ainda, a vida lá fora. Na verdade não tem certo nem errado, cada um faz seu caminho, mas qualquer coisa começando tem aquela impressão de engatinhar e “será que é isso mesmo?” que, de repente, trocando uma idéia fica mais fácil. Aqui tem algumas coisas que eu teria gostado de saber quando entrei no assunto. Nos links do fim do post alguns amigos escrevem sobre o mesmo tema.
1. “Meu nariz é ruim”
Eu perguntei para uma amiga que é ótima de pescar notas num perfume se ela tinha um nariz mais sensível que as pessoas. Ela disse que não, só que prestava atenção. Achei demais. Se a pessoa normal simplesmente não pensa no assunto, quem parou um instante para prestar atenção nos cheiros que estão por aí já saiu do lugar.
2. Nem tudo são notas
Metade da história sobre o assunto perfumes é fazer imagem sobre o que está sentindo, não precisa declarar a fórmula na primeira cheirada para curtir. Que tal correr por fora? Se você pensar em que cor, temperatura e que textura o perfume tem, já sabe dizer mais do que antes. Vale para qualquer cheiro. Parece com alguma outra coisa? E daí pode estender para outros adjetivos: leve ou pesado, molhado ou seco, transparente, pontudo, exagerado, até onde a obsessão levar. No começo é complicado e parece um pouco besta, devagar você estende o vocabulário, ganha agilidade e começa a fazer associação entre coisas com os mesmo adjetivos. O que leva para o próximo item.
3. Arrumando palavras (e fazendo uma memória)
Se o assunto é cheiro não tem como apontar para o que se está falando e dizer “esse pedaço aqui”, você vai precisar de uma palavra. Sem palavra não se tem uma idéia para pensar, não tem como se referir a nada sem apontar. Para ligar palavras com cheiros só tem um caminho: praticar. Como? Cheirando tudo e tentando por palavras. Um bom começo pode ser a idéia do item anterior. De quebra vai formar uma memória de cheiros e palavras coladas a eles.
4. A primeira idéia
Em geral quando a gente dá a primeira cheirada num perfume uma micro idéia passa bem rápido pelo cérebro. Bem rápido, não deu tempo de entrar em modo Procurando notas, a idéia pisca no cérebro, um frame só, igual mensagem subliminar no cinema. E ela é meio besta, “tem cheiro de banana”, e você descarta porque se sente idiota, o perfume não é frutal, não está na lista de notas. E daí estudando, lendo outras resenhas, você vê que não foi o único, de repente tem um jasmim bem frutal que lembra banana, sim. Com o tempo me dei conta que essa idéia muito rápida, que se tem com o cérebro em ponto morto, em geral é boa e valiosa. Melhor reservar e ver o que acontece. E uma dica prática.
5. Amostras estragam
Sempre que vou testar amostras pela primeira vez faço umas anotações. Resolvi voltar para umas que ficaram 6 meses guardadas e a anotação não batia mais com o nariz, especialmente as notas de saída, do meio para o fim a coisa parecia mais normal. As “amostras de fábrica” parecem melhor vedadas e duram mais, as que se troca com amigos estragam mais rápido, tanto a pequena com um palitinho na tampa quanto o frasco com spray, não tem fita adesiva que resolva. Teste, anote, use, faça o que tiver que fazer o quanto antes. E se guardar para referência saiba que não vai ficar exatamente igual.
Para ter outras visões sobre esse tema, visite os blogs:
Le Monde est Beau | Perfumes Bighouse | Village Beauté | Templo dos Perfumes
Pimenta Vanilla | Vanessíssima | Parfums et Poesie | A Louca dos Perfumes
Foto: marfis75 via Flickr