Aldeídos são produtos sintéticos isolados desde cerca de 1850, de grande potência e poder de difusão, encontrados nas cascas de frutas cítricas. Eles conheceram a fama em 1921 quando Ernest Beaux criou o N°5 para Chanel, que leva mais de 1% de uma combinação de aldeídos. A quantidade era enorme para a época. Tão grande que um dos mitos que restou é que houve erro de pesagem da fórmula pelo assistente de Beaux — e o modelo foi o preferido de Coco Chanel, para desespero do perfumista.
Falar somente em aldeído se refere ao aldeído C12, que tem cheiro etéreo, metálico, químico, de um brilho que ofusca, extremamente radiante. Em pequena dosagem tem cheiro de roupa recém passada. Na perfumaria funciona como fundo branco que dá brilho e transparência as cores.
Em 1919 a Guerlain lança Mitsouko, um chypre marrom escuro, outonal, com a luz alaranjada do aldeído C14 (ou undecalactone), chamado não por acaso aldeído pêssego. É um pêssego neon, de laboratório. Se a próxima obra pública do Anish Kapoor for um pêssego de alumínio polido com 8 metros de raio, ele vai ter cheiro de aldeído C14.
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