Resenha: Tommy Girl, Tommy Hilfiger

O cientista e apaixonado por perfumes Luca Turin, ao escrever seu maravilhoso Perfumes: the Guide em parceria com Tania Sanchez, alimenta uma cultura do falar criticamente sobre o assunto que está na origem desse blog. São críticas precisas, de conhecedores profundos, cheias de humor e verve, as vezes fracamente demolidoras — ou seja, o melhor dos combustíveis. Um efeito colateral do livro é registrar a pequena história por traz da criação de perfumes, passando longe da groselha que o departamento de marketing constrói e torna pública.

Ele conta a história relatada por sua amiga, a perfumista Calice Becker: ela pede ao químico Roman Kaiser, da Givaudan, que vá a uma loja de chás em Paris coletar amostras do ar para análise. A rede chama-se Mariage Frères e chamar de loja é quase ofender, está mais para instituição tamanha a variedade de chás, de misturas comemorativas do natal ou páscoa até o Chá Azul do Jardim Real do Himalaia colheita 2008, para citar um exemplo real — o catálogo é uma pequena brochura e está a venda. Se tiver a chance de ir a uma das lojas recomendo encontrar a prateleira onde ficam as latas pretas, das pequenas, e se divertir uns bons minutos cheirando, vendo quantas variações são possíveis sobre o mesmo tema. (Depois vá para o salão e coma uma torta doce com o mousse de jade, que é matcha batido com leite. Nham!)

O perfume abre com uma nota floral leve, que em alguns minutos recede. Resta uma nota de chá próxima da camomila, muito ampla e luminosa. É simples, aposto que cheio de truques para conseguir isso, uma beleza sem adornos como um rosto jovem e fresco, que usa só seus genes para ser bonito. É delicado, despretensioso, fácil de usar. Não se deixe enganar pelo nome sexista, é perfeitamente adequado para um homem.

Tommy Girl, Tommy Hilfiger.
R$159 (50 ml)

Em todas as lojas

  • Minha namorada usa esse perfume, uma deli´cia.

  • Tem gente que esnoba essa “simplicidade”… Como diria o Vingador em Caverna do Dragão; “Toloooos!”

  • Melissa Becker

    Amo esse perfume, e adorei conhecer a história.
    http://brummiebr.com/

  • Flavia Crespo

    Foi a fragrância que usei no final da minha adolescência; retornava do intercâmbio no Canadá e ele era o lançamento do Dufry. A mais perfeita tradução daqueles tempos de beleza de rosto lavado…
    Parabéns pelo blog!

    • Flavia, meu irmão voltou do intercâmbio com o Tommy masculino, deveria ser no mesmo período que você. O feminino é cheio de energia e descomplicado, tão gostoso, vira e mexe esbarro em uma cópia por aí.

      • “Vira e mexe”… rss Adoro essa expressão! Achei que fosse só dos sul-matogrossenses!

  • Links

    Denis, sou fã de cítricos com fundo adocicado, de preferência fresquinhos mas que não remetam muito ao cheiro de flor in natura, prefiro um cheiro floral mais abstrato. Gosto do cheirinho de banho, estilo a linha da Natura de algodão, você acha que pelo meu relato, eu poderia curtir o Tommy Girl?
    Vlw

    • Links, acho, sim. Ele é bem abstrato, não dá para pensar em uma flor específica. Acho que é pra vc.

  • PATRICIA CWB

    Simples e sofisticado, Jovial, fresco, dá uma sensação de beleza, bem estar, vontade de sorrir e saltitar…hehe