Resenha: Lily & Spice, Penhaligon’s

Este seria o cheiro da casa de Oscar Wilde, se algum aroma de lá tivesse restado. O lírio, óbvio, pela flor que o lânguido autor celebrizou como símbolo de decadência, sempre na sua mão nas fotos e sempre um pouco murcha, como no perfume: lírio de anteontem, algo mórbido. E uma nota persistente de creolina, como se alguém tivesse acabado de limpar uma residência vitoriana. Bom? Lírio murcho e creolina? Sim! Elaborado por Mathilde Bijaoui, que criou Tilda Swinton Like This para o Etat Libre d’Orange, a estranha mescla de floral e fecal consegue inebriar.

Lily & Spice, Penhaligon’s.
$95 dólares (50 ml)

Encontrado em sites estrangeiros, não se fabrica mais.

  • Ciça Azevedo

    Adorei este post, não tinha lido ainda. Acho a perfumaria inglesa muito engraçada, dúbia: gosto e não gosto, mas ao fim e ao cabo gosto.Tem cheiros de antanho, de camafeus e fitinhas de veludo, de casas antigas, de jabots, dos chintz floridos, das tapeçarias pesadas dos cottages. Acho romântico. Minha rosa elisabetana de Penhaligon’s, ou white rose de Floris, ou rose epice de Miller harris, etc, são maravilhosos,

    • Ciça, concordo com vc, tudo tem esse cheiro meio antiquado, deslocado no tempo, que combina com uma mulher inglesa estabanada, nessa casa que vc descreveu. Vc conhece os perfumes do Heeley? ele é inglês mas baseado em Paris, os perfumes vão por um outro caminho de inglaterra, de precisão e elegância, sem nada fora do lugar.