Scandal foi criado em 1931 e descontinuado nos anos 70. É dos poucos perfumes elogiados nominalmente pelo lendário Edmond Roudnitska (Eau Sauvage, Diorissimo, Diorella, entre muitos), que o considerava uma das obras primas do século XX. Se é bom para ele, é bom para mim. A caixa que comprei veio anotada em caligrafia redonda: Em 9-10-1967. Um presente que não agradou? Lembrança de viagem? Não encontrei a informação antes da compra mas fica o registro: nos anos 60 Roudnitska já reclamava de uma reformulação criminosa de Scandal.
A nota de saída é um floral bastante radiante e bonita, sobre a base escura, amarga , talcada, com um traço animálico parecido com xixi — uma lembrança de um couro bem tratado, mais perto de luva que de bota. Tudo morno, nem muito cheiroso nem muito fedido. Na pele a coisa vai de 100 a 0km/h em um par de horas, some o floral, as notas de fundo são curtas, sem profundidade, pouco tempo e pouco corpo para um extrait. Não sei se a reformulação, a longa estrada de 45 anos, ou dois, no fim o resultado é frustrante.