Vintage: Baghari parfum (Robert Piguet)

Baghari foi criado em 1950, um ano depois Robert Piguet encerra a produção de roupas. A divisão de fragrâncias continua a existir e muda de mãos várias vezes até os anos 90, quando foi comprada pela Fashion Fragrances & Cosmetics. Os novos donos lançam em 1999 reconstruções dos perfumes de Germaine Cellier, os míticos Bandit — por ser o couro mais perigoso e mal-encarado existente — e Fracas — a mãe opressiva do Poison. Baghari foi relançado em 2006. Ao que parece o resultado é bastante fiel, se não com precisão total, pelo menos ao espírito das obras.

Abre com uma nota de casca de laranja sobre fundo herbal amargo, não-fresco. A impressão é escura, complexa e equilibrada, entre o comestível e um unguento de outras épocas. No papel o conjunto canta em uníssono por 6h e faz o seu fade out devagar. Na pele o voo é ainda mais rápido mas também macio, sem turbulências: a nota cítrica desaparece lentamente e resta a base verde-escura, bastante rica, que pede para ser explorada. Duração e difusão frustram para um parfum, suponho que por questão de armazenamento ou os cerca de 50 anos de viagem. Comparando com comentários encontrados em blogs percebo que faltam notas florais no meu exemplar, defeito comum em perfumes antigos pois são as notas de saída, ou seja, as mais voláteis.

Baghari

Baghari parfum, Piguet (Vintage ?)
R$ 150,00 (30 ml?)

No Mercadolivre, ebay, em lojas de segunda mão. Boa sorte!