Resenha: Givenchy Gentlemen Only

Givenchy Gentlemen Only

Givenchy Gentlemen Only
R$229, 50 ml

Nas perfumarias

Pode pular a saída fresca, levemente mentolada, igual a tudo. Depois a coisa vai assentando para um amadeirado bem delicado, levemente frutado/caramelado. Eu desconfio que é principalmente Cashmeran, ingrediente onipresente nos lançamentos masculinos — é uma molécula sintética que tem dono, igual patente de remédio, foi ele quem deu o nome. As vezes aparece como “cashmere woods” em lista de notas, para não parecer tão hightech. Se alguém me perguntar eu voto no Cashmeran para próximo perfume de uma molécula só, o negócio é bom.

O Givenchy Gentleman original, de 1974, era um patchouli pesadão bem bonito, mesmo que hoje cheire datado. Dele sobrou um patchouli um pouco terroso lá no fundo, bem longe, colado nos clichês masculinos que vieram antes. Aqui lembra o Bottega Veneta feminino, é a melhor parte, quase chega a dar uma personalidade.

Taí, podiam fazer um perfume novo a cada 40 anos resumindo o que tá rolando na sua época. Enfim, cheira bem, mesmo que de um jeito convencional. Na minha pele destruidora de perfumes não vai além de 4h de duração.

 

  • Daniel Hisamura

    Pensei exatamente o mesmo, bom mas comum.

    • hay muchos. podiam ter editado na segunda fase que é melhor que a primeira.

  • Marcelo Sakae Katia Sakae

    Parabéns pelo site, ótimas resenhas,
    Paixão no primeiro cheiro, gostei muito do perfume, para mim muito melhor que o o intenso, o melhor dos givenchy.

  • Raimundo Nonato

    Gostei do perfume, é bem “redondinho”, mas poderia ser mais marcante. No final das contas, segue a tendência da perfumaria atual: vender, vender, vender, agradando ao maior número possível de pessoas, inclusive àqueles que normalmente não são muito afeitos a perfumes. Vide como exemplo também, o Bleu de Chanel, que se fosse vendido num frasco da Avon, seria rechaçado veementemente pela “comunidade perfumística”. A heresia, ao meu ver, é querer pegar carona no clássico dos clássicos da casa: Gentleman. Aquele ali, sim, é distinto. Tanto as versões dos anos 80, que davam menos ênfase ao patchouli, até a versão dos anos 2000 (anterior à atual) que era verdadeiramente uma bomba de patchouli, mas igualmente marcante. Definitivamente, minhas memórias olfativas, no que concerne a perfume, me remetem sempre às fragrâncias extremamente masculinas dos anos 70/80, especialmente os fougeres “verdes”.

    • É isso, Raimundo, falta distinção, caráter. Fez a escolha por seguir a corrente, que é sempre uma saída com destino certo: vai vender? Vai. Vai virar uma força e vender muito por muito tempo? Não vai.