Pode pular a saída fresca, levemente mentolada, igual a tudo. Depois a coisa vai assentando para um amadeirado bem delicado, levemente frutado/caramelado. Eu desconfio que é principalmente Cashmeran, ingrediente onipresente nos lançamentos masculinos — é uma molécula sintética que tem dono, igual patente de remédio, foi ele quem deu o nome. As vezes aparece como “cashmere woods” em lista de notas, para não parecer tão hightech. Se alguém me perguntar eu voto no Cashmeran para próximo perfume de uma molécula só, o negócio é bom.
O Givenchy Gentleman original, de 1974, era um patchouli pesadão bem bonito, mesmo que hoje cheire datado. Dele sobrou um patchouli um pouco terroso lá no fundo, bem longe, colado nos clichês masculinos que vieram antes. Aqui lembra o Bottega Veneta feminino, é a melhor parte, quase chega a dar uma personalidade.
Taí, podiam fazer um perfume novo a cada 40 anos resumindo o que tá rolando na sua época. Enfim, cheira bem, mesmo que de um jeito convencional. Na minha pele destruidora de perfumes não vai além de 4h de duração.