A fava tonka ou fava tonca, é a semente do cumaru, de nome botânico Dipterix odorata. Cumarina é a molécula que é a principal responsável pelo cheiro da fava. E que cheiro é esse? É dos poucos que é unanimidade nos cursos do 1 nariz, daqueles que é impossível não gostar: lembra baunilha e amêndoa ao mesmo tempo.
A cumarina foi sintetizada em 1860 e desde então é uma matéria prima amada pelos perfumistas, indispensável no acorde fougère (lavanda + cumarina + musgo de carvalho) e muito usado em perfumes orientais. Os primeiros perfumes a utilizar a cumarina foram Houbigant Fougère Royale, que batizou todo o gênero, de 1882, e Guerlain Jicky, de 1889. Um exemplo mais à mão, para quem quer conhecer com o nariz, é Caron Pour Un Homme, em que divide a frente com a lavanda.
Recentemente ganhei uma caixa com vários chocolates perfumados, e o com fava tonka era o melhor de todos, uma espécie de baunilha mais austera. No paraíso das especiarias do chef Olivier Roellinger, aprendi que a fava pode ser ralada no preparo de doces — com cuidado que é bastante forte. Segundo a mestra Neide Rigo, é possível encontrar a fava tonka em lojas de umbanda ou na Bombay Spices. Ela sugere usar para perfumar açúcar, como se faz com a baunilha, colocando algumas sementes num pote — e dá uma receita de pudim de leite com fava tonka. Nhac!