Lavanda no Brasil é o cheiro do recém-banhado, do limpo, do puro. Um lado dessa régua vai para uma fofura infantil e feminina nos perfumes nacionais — lavandas adocicadas, polvorosas, ricas em baunilha e fava tonka; o outro é das lavandas mentoladas, que lembram pinho. É um caminho mais complicado por aqui, as vezes parecem produtos de limpeza.
A associação vem desde os romanos, que usavam a planta para perfumar seus banhos, limpando corpo e do espírito, e também as roupas lavadas. Lavanda vem do latim lavare: lavar.
No Brasil sei de plantações em Cunha/SP (obrigado pela dica, Rachel!) A francesa vem do sul do país, a provença, e tava tudo em casa quando começou a emprestar seus perfumes pra disfarçar o cheiro terrível do couro curtido na mesma região. Nesse momento o fabricante de luvas e o perfumista eram a mesma pessoa, muito preocupada com o acabamento olfativo, digamos, do seu produto.
Na Europa a lavanda é um perfume masculino, identificado com o gentleman inglês e todos os seus aparatos: pós barba, brilhantina a colônia. No Brasil a lavanda mudou da prateleira masculina para a feminina — na minha casa, chegou a ocupar as duas: English Lavender do lado do pai, Johnson’s Baby do lado da mãe.
O lendário Rastro, Thaty, Seiva de Alfazema, Lavanda Johnson’s. Quais você usou? Quero fazer um apanhado das favoritas do público — coloque as suas nos comentários.