Há muitas lendas para contar a história de Chanel No. 5. Um erro do assistente do perfumista Ernest Beaux, que ao invés de uma solução a 10% de aldeídos, os colocou puros. Que Chanel escolheu o ensaio número 5 porque era seu número da sorte. Já a história de como o fabricante do perfume mais famoso do mundo passa Coco Chanel para trás — essa não é tão comum. A fonte é Dana Thomas, no livro Deluxe: How Luxury Lost its Luster.
Na imagem: gravura de Andy Warhol
Com o perfume pronto — escolha a lenda que preferir — Chanel prefere não anunciar na imprensa ou nas lojas. Ela presenteia amigas com alguns frascos, borrifa os provadores das lojas. Rapidamente a notícia se espalha e o sucesso é maior do que se poderia imaginar. Quando o fundador da loja de departamento Galeries Lafayette, Théophile Bader, quis vender o No. 5, ela precisava expandir a produção. Bader apresentou Chanel para seu amigo Pierre Wertheimer, um dos donos da empresa de cosméticos Bourjois.
E em 1924, três anos depois de lançar o perfume que definiria seu nome, sua marca, Chanel funda Les Parfums Chanel com a dupla. Wertheimer, que produziria o No. 5 na fábrica da Bourjois, ficaria com 70% do lucro, Bader, como bonificação, teria 20%. Chanel ficaria com 10%. Não demorou para ela perceber que tinha sido enganada. Chanel entrou com tantos processos para ter mais controle sobre a empresa e mais lucro, que em 1928 os Wertheimer tinham um advogado exclusivamente para cuidar dela.
Nos anos 20 Chanel lança mais alguns perfumes: No. 22 é de 1922, Bois des Iles, de 1926, Cuir de Russie, de 1927. Todos bem sucedidos, mas não como No. 5, que em 1929 foi declarado o perfume mais vendido no mundo. É com a ocupação alemã, em 1940, que Chanel tenta uma cartada cruel pelo controle do perfume que levou seu nome a outro patamar de conhecimento.
Essa história continua neste post.